PEDÁGIO URBANO: A NOVA ARAPUCA DE TARCÍSIO CONTRA O POVO TRABALHADOR
PEDÁGIO URBANO: A NOVA ARAPUCA DE TARCÍSIO CONTRA O POVO TRABALHADOR.
“O que está em jogo não é apenas o que se vê... mas principalmente o que se esconde.”
O governo de Tarcísio de Freitas avança com uma avalanche de novos pedágios em São Paulo. O discurso oficial fala em “modernização” e “melhorias na malha viária”, mas por trás dessa fachada esconde-se um projeto mais profundo: implantar o pedágio urbano no Brasil, começando justamente pelo maior e mais populoso estado da federação.
PEDÁGIO URBANO: PAGAR PARA EXISTIR NA CIDADE
O modelo já é conhecido em grandes metrópoles como Londres ou Milão, onde se cobra uma taxa para circular em determinadas zonas centrais com o argumento de reduzir congestionamentos. No entanto, o que se pretende em São Paulo é ainda mais perverso: cobrar para trafegar em trechos curtos, dentro de áreas urbanas, em vias que funcionam como avenidas locais.
Rodovias como a Raposo Tavares e a Castello Branco, por exemplo, cortam bairros densamente habitados de cidades como Cotia, Barueri, Embu das Artes, Itapevi e Jandira. Nesses locais, as rodovias funcionam como artérias da vida cotidiana, utilizadas por trabalhadores, estudantes, ambulâncias, entregadores e transporte público.
Segundo estudos da Prefeitura de Cotia (2023), mais de 70% dos veículos que trafegam nesses trechos percorrem distâncias de até 4 km, em deslocamentos essencialmente locais. São vizinhos indo ao mercado, mães levando filhos à escola, pessoas a caminho do posto de saúde. E todos passarão a pagar.
AS ETAPAS DA ARMADILHA
A implantação do pedágio urbano segue um plano escandalosamente escalonado:
1. Pórticos eletrônicos em locais já tarifados, onde a população “já espera pagar”.
2. Expansão para áreas urbanas, transformando vias cotidianas em trechos tarifados.
3. Avanço sobre as malhas municipais, sob a justificativa de “controle de tráfego”, mesmo sem alternativas viáveis de transporte público.
CIDADES DO INTERIOR: AS PRÓXIMAS VÍTIMAS
A ofensiva não se limita à Grande São Paulo. O interior paulista está na mira. E, nesse caso, o impacto será ainda mais cruel.
A vida cotidiana entre cidades-irmãs
As cidades do interior vivem em interdependência. É comum que moradores de uma cidade estudem, comprem, se tratem ou trabalhem na cidade vizinha. Essa movimentação diária é parte do modo de vida interiorano, marcada por relações de proximidade, afeto e solidariedade.
Veja alguns exemplos:
Atividade cotidiana Para onde se vai? Distância média
- Compra de remédio especializado Cidade-polo da microrregião 4 a 18
- Ensino técnico ou faculdade Município vizinho maior 6 a 25 km
- Exames médicos e consultas Hospital regional 8 a 40 km
- Feiras e atacados Cidade próxima 5 a 15 km
Pagar para visitar a avó: o pedágio das estradas vicinais
A proposta de pedagiar estradas vicinais e trechos intermunicipais curtos é uma afronta. Exemplos concretos:
Itirapina ⇄ Brotas (SP-225) – 13 km
Lençóis Paulista ⇄ Pederneiras (SP-261) – 22 km
Cajati ⇄ Jacupiranga (BR-101) – 18 km
Em todas as outras cidades, estas realidades se repetem e em grande parte das vezes em distâncias menores que estas.
Instalar pórticos nesses trechos significa cobrar pedágio de quem:
* Leva o filho para a creche na cidade vizinha.
* Vai até a Santa Casa para uma consulta ou exame.
* Entrega pão ou leite para mercados da região.
* É o mesmo que dizer: “pague para visitar sua avó”. Uma covardia institucionalizada.
De onde sai o dinheiro? E para onde vai?
Quem será afetado Frequência de uso Estimativa de gasto mensal (carro)
Trabalhador que cruza 2 pórticos por dia 22 dias úteis R$ 180 a R$ 260
Microempreendedora com 4 viagens curtas/dia 26 dias úteis R$ 320 a R$ 450
Família com tratamento médico semanal 4 viagens/mês R$ 70 a R$ 100
Esses valores não retornam para o município. Vão direto para os cofres das concessionárias, que exploram por décadas essas vias, com retorno garantido e lucros exorbitantes.
Quem perde? O povo. Quem ganha? Os de sempre.
Perdem os trabalhadores, os pequenos empreendedores, os serviços públicos. Ganham os grandes grupos econômicos, fundos de investimento e políticos financiados por esse sistema. Enquanto o povo paga para circular, os de cima voam de helicóptero ou vivem perto de tudo.
Por que São Paulo?
São Paulo é o estado com a maior frota de veículos e o maior consumo de combustíveis do país. É o laboratório ideal para testar esse modelo excludente, criando um precedente perigoso para o restante do Brasil. Se passar aqui, será exportado para todo o território nacional.
Mobilizar para concientizar, resistir e derrotar as propostas da Direita Paulista!
Essa lógica de transformar o direito de ir e vir em mercadoria precisa ser denunciada e enfrentada. Não podemos aceitar calados:
Ações populares, mobilização nos bairros, pressão sobre vereadores e deputados.
Audiências públicas e ações judiciais contra os contratos abusivos.
Campanhas de esclarecimento com linguagem simples: “pagar para ir ao médico”, “tarifa para ver a avó”, “pedágio para estudar”.
Alguém precisa avisar a Tarcísio que a mobilidade do povo paulista não está à venda
Os pedágios urbanos e interioranos não resolvem congestionamentos, não melhoram o transporte coletivo, não reduzem desigualdades. Pelo contrário: intensificam a exclusão social, a dependência do setor privado e a segregação territorial.
Ainda há tempo de barrar essa injustiça. Mas é preciso agir agora, com coragem, solidariedade e consciência.
EXEMPLOS CONCRETOS:
Dados publicados pela Artesp - AGENCIA DE TRANSPORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO, mostram onde ficarão os novos pedágios (Todos nos moldes Freeflow) na SP 270
SP 270 - RODOVIA RAPOSO TAVARES
NA CIDADE DE SÃO PAULO
1° PEDÁGIO URBANO, SENTIDO CAPITAL INTERIOR
KM 11,83 (Altura do Parque da Previdência) todos serão com cobrança ida e volta. Lembrando que a Raposo começa no KM 10.
2° PEDÁGIO SENTIDO CAPITAL INTERIOR
KM 15,13 (Altura do retorno do Jardim Arpoador, antes da Polícia Rodoviária)
3° PEDÁGIO SENTIDO CAPITAL INTERIOR
KM 19,80 (Antes da entrada para o Rodoanel), portanto, quem sai do Rodoanel, sentido Capital, na Raposo Tavares, vai pagar um pedágio para sair do Rodoanel e 400 metros depois, outro para entrar na Raposo Tavares.
NA CIDADE DE COTIA
4° PEDÁGIO SENTIDO INTERIOR (Cobrança na ida e na volta)
KM 24,77 - 1° pedágio em Cotia, na Granja Viana, (Altura do Jardim da Glória, antes da passarela do Parque São Jorge)
5° PEDÁGIO SENTIDO INTERIOR (Cobrança na ida e na volta)
KM 29,07 - 2° pedágio em Cotia, pouco depois da GERDAU, (Entrada do Jardim Cláudio/Rio Cotia) imediatamente antes do retorno do Km 30
6° PEDÁGIO SENTIDO INTERIOR (Cobrança na ida e na volta)
KM 39,15 - 3° pedágio em Cotia, pouco antes do retorno para Caucaia do Alto
SP 280 RODOVIA CASTELO BRANCO
NA CIDADE DE SÃO PAULO
KM 14,48 - Dívisa de entre São Paulo e Osasco - 1° PEDÁGIO URBANO, SENTIDO CAPITAL - ida e volta (Logo após a Marginal Tietê, na divisa entre São Paulo e Osasco, ao lado da Loja Havan sentido capital e pouco depois da ETEC Celso Giglio, sentido Interior)
KM 20,36 - Osasco - 2° PEDÁGIO URBANO. ida e volta ( Onde é atualmente o pedágio antes do Rodoanel).
KM 25,27 - Barueri - 3° PEDÁGIO URBANO. ida e volta (Pouco antes da entrada para Santana do Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus)
KM 29,28 - 4° PEDÁGIO URBANO. Ida e volta. (Entre Itapevi e Jandira (sentido capital). Antes da entrada para Itapevi. (Sentido Itapevi- Posto Graal). Atualmente, há um pedágio que não pega a população de Itapevi e Cotia, que acessam a Rodovia Castelo Branco, pela Via Vicinal SP 029 Cel PM Nelson Tranchesi.
Agora, com este pedágio, quem sai de Itapevi e do Distrito Industrial de Jandira, via Castelo Branco, irá pagar mais este pedágio urbano, que será cobrado nos dois sentidos!
KM 33,54 -5° Pedágio Itapevi. Este "novo pedágio" ficará a apenas 500 metros para frente (sentido interior) de onde hoje está instalado o atual pedágio, KM 33! Estão mudando de lugar para justificar a cobrança nos dois sentidos! Atualmente, só se cobra sentido interior!
SP 029 KM 35,10 - Rodovia Cel. Nelson Tranquesi - Estrada de Itapevi. Em Cotia, após o Jardim Nova Vida
SP 029 KM 40,48 - Rodovia Cel. Nelson Tranquesi - entre Itapevi e Rodovia Castelo Branco, altura do Centro de Logística de Itapevi.
SP 225 Trecho Cotia - Será instalado um pedágio na dívisa entre Embu das Artes e Cotia, na Estrada Municipal que passa na frente do CT do São Paulo futebol Clube, (Avenida dr. Odair Pacheco Pedroso). Esta obra - se for mantida essa insanidade - vai destruir centenas de olhos d'água e nascentes, passará por cima de uma franja de Mata Atlântica, ligada à reserva florestal do Morro Grande e destruirá a fauna e flora existentes e dezenas de espécimes em alto risco de extinção!
Isso é TARCÍSIO DE FREITAS!
DIGA NÃO AO PEDÁGIO URBANO E INTERIORANO!
Para quem quiser mais informações, fizemos este abaixo assinado para te manter informado:
https://forms.gle/memnvYXeCvDucHwh6
*Toninho Kalunga é bacharel em direito, assessor do deputado estadual Simão Pedro e membro do Núcleo Nacional da Teologia da Libertação POLÍTICA E RELIGIÃO e membro do grupo NOVA RAPOSO NÃO.
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