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Quase tudo em minha vida foi prematuro... acho que nos meus primeiros 20 anos a única coisa que foi normal foi a gravidez que durou os 9 meses de prache! Depois disso, as coisas foram acontecendo ou fora do padrão, ou de maneira, por assim dizer, antecipadas!
Quando bebê, fiquei internado por 8 meses no hospital do Mandaqui, na capital paulista... sai de lá, desenganado. Naquela época, os médicos davam alta aos pacientes para que estes pudessem morrer em casa... minha mãe e minha vó resolveram contrariar as estatísticas e com caldo de feijão e muito amor, sobrevivi... Depois, por volta dos 5 anos de idade, fui atropelado por um fusca azul... a marca do carro digo porque me contam... a cor sei porque vi por diversos ângulos... o pior deles foi ter ficado entalado embaixo do dito cujo... curiosamente, o que me salvou, além do milagre de Deus, foram duas coisas, a primeira foi o barro que serviu de acolchoado entre o pneu e meu pequeno corpo... a segunda os gritos de minha mãe, que ao ver que eu havia sido atropelado saiu correndo do tanque onde lavava roupas e me socorreu! Lembro de poucas coisas... a melhor delas era o colo de minha mãe e uma sacola de papel cheia de biscoitos de wafell mirabel...
Meu primeiro amor: cai na besteira de contar pra minha mãe... falei pra ela, do alto de meus 6 ou 7 anos de idade que estava gostando da Vilnéia, que não faço mais a menor idéia de quem seja, mas que tinha por volta de uns 20 anos de idade (eu acho) pois insistia em me colocar no colo e perguntar se eu queria casar com ela... eu chorei como poucas vezes o fiz na vida... minha mãe me entregou e contou pros pais da moça minha infantis intenções... acabei me escondendo atrás do guarda roupas, local aliás, que não deveria ter saído até o presente escrito... minha vida teria tomado outro rumo se mantivesse aquele longinquo propósito!
Após frustrante revelação, me precavi... o coração ciumento de uma mãe não suporta algumas revelações de nossas investidas amorosas aos 6 ou 7 anos de idade, principalmente se o alvo tiver mais que 15 anos de diferença de idade!
Depois disso, aos treze anos, resolvi morar sozinho... a distância já não era de uma inocente percepção de uma moça bonita, mas de uma distância física de 2000 kms... lembro-me das muitas e muitas noites frias... lembro das centenas, milhares de vezes que rezava baixinho, pedindo a benção de minha mãe, tendo a certeza de que estávamos sintonizados na mesma oração a Deus..., no mesmo momento... eu pedindo por mim, e ela também...
A vida ficou dura... conheci o gosto amargo da distância e da falta de proteção de uma mãe... noites sem alguém pra te cobrir, mesmo porque se nem cama eu tive, imagine um cobertor... tinha inveja de ver uma criança sendo tratada pela mãe com comida na boca... queria tanto reviver aquilo... era bonito e distante... as alternativas eram poucas...
Passei um período sem contato... um grande período.... tempo que fez com que ela viesse me ver... e o que viu não era bom... me pediu pra voltar... mas ai já não era mais possível... se eu tivesse a ouvido, talvez fosse um médico, um engenheiro ou advogado... eu tive um período que quiz ser padre...acabei virando um politico... e olhando hoje, nada mais perfeito do que esta função para entender quem é minha mãe!
É verdade que não fiz o que minha mãe quiz que eu fizesse, e justamente por isso que ela me ama tanto... e é este amor o que me cativa e me anima a continuar e me espelhar num coração tão generoso, guerreiro e corajoso como o de minha querida mãe, dona Maria do Carmo!
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