A CONTÍNUA TENTATIVA DE GOLPE DE FUX CONTRA A DEMOCRACIA CONTINUA
LUIZ FUX QUER MUDAR DE TURMA PARA FICAR PERTO DA TURMA DO FUNDÃO
Por Toninho Kalunga
Luiz Fux, Ministro do Supremo Tribunal Federal, parece não se conformar com o papel que a história já lhe reservou: o de alguém que, tendo recebido confiança de um governo democrático e popular, dedicou sua trajetória mais à autopreservação e ao privilégio do que à defesa da Constituição e do povo brasileiro.
Escolhido por um governo do PT, Fux nunca representou os valores da Justiça social nem os anseios da classe trabalhadora. Representou, isso sim, o velho establishment do poder — aquele mesmo que se adapta conforme o vento sopra, mas que jamais abre mão dos privilégios de casta.
Enquanto ocupava uma das cadeiras mais importantes da República, Fux cuidou antes de sua própria biografia e, sobretudo, de sua descendência. Ajudou a projetar a filha para o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, garantindo assim a perpetuação do “DNA supremo” nos corredores do poder judiciário fluminense — numa perversa lógica onde sobrenome vale mais que mérito e o compadrio fala mais alto que a Constituição.
Beth Carvalho, em sua canção sobre os que traem a mão que os ajudou, poderia muito bem estar entoando a trilha sonora da trajetória de Fux. Ele é o exemplo acabado de como certos representantes da elite nacional são incapazes de fidelidade a qualquer projeto de país que não seja o seu próprio conforto.
Dom Pedro Casaldáliga, profeta dos pobres e da esperança, nos ensinou: “Na dúvida, fique ao lado dos pobres.”
Lula e Dilma, em momentos de conciliação e confiança no Judiciário, ignoraram esse conselho. E o resultado foi amargo. As decisões e omissões de ministros como Fux contribuíram, direta ou indiretamente, para a destruição de direitos, a perseguição de lideranças e o avanço do fascismo travestido de legalidade.
Agora, prestes a deixar o cargo, Fux tenta mudar de “turma”. Busca afinidade com os que cultivam o ódio, o autoritarismo e o negacionismo — aqueles que, dentro e fora do STF, sonham em restaurar o poder da elite econômica e moralista sobre o povo brasileiro. Em meio aos “terrivelmente evangélicos” e “terrivelmente reacionários”, Fux parece finalmente ter encontrado o seu lugar: um clube de toga e ressentimento, que odeia o Brasil real, o Brasil popular, o Brasil de base.
Não se trata de um simples gesto isolado de um ministro. Trata-se de um sintoma de uma elite jurídica que não tolera ver o povo como sujeito da história. Fux é apenas a face mais evidente de um sistema que transforma o poder em herança e a justiça em mercadoria.
O povo brasileiro, porém, aprendeu com a dor e a resistência. Que essa história sirva de lição aos governos progressistas: nunca confiem no conforto das elites, pois quem trai uma vez, trairá sempre.
E que, na reconstrução democrática do país, possamos reafirmar — com a firmeza de Casaldáliga e a ternura de Beth Carvalho — que a Justiça só é justa quando está ao lado dos pobres.

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