quarta-feira, 1 de junho de 2011

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE ADVERTE: USO DO CELULAR POR MAIS DE TRINTA MINUTOS DIÁRIOS PODE CAUSAR CÂNCER NO CERÉBRO

Posted by toninhokalunga On quarta-feira, junho 01, 2011 Comentários

OMS adverte: celular pode causar câncer

Categoria: Saúde

GUSTAVO CHACRA

A radiação eletromagnética associada ao uso do celular foi classificada ontem como “possivelmente carcinogênica” pela agência da Organização Mundial de Saúde responsável pelo estudo do câncer (Iarc, na sigla em inglês). A conclusão foi divulgada por 31 cientistas de 14 países reunidos em Lyon, na França, para revisar centenas de pesquisas sobre o risco ligado ao uso dos aparelhos.

O anúncio representa uma mudança de posição da OMS, que até então considerava não haver evidências de que o uso do aparelho poderia provocar câncer. Entre os especialistas, contudo, o assunto é alvo de debates há pelo menos 12 anos, quando a BBC levou ao ar o polêmico documentário em que um oncologista sueco afirmava que o risco de tumores cerebrais aumentava 2,5 vezes com a utilização de celulares (veja ao lado).

Os detalhes sobre a conclusão e a avaliação da OMS serão publicados na edição de julho da revista científica britânica Lancet, uma das mais importantes e conceituadas do mundo acadêmico. “A evidência foi revisada criticamente e avaliada como limitada entre os usuários de celulares para glioma e neuroma (tumores no cérebro), mas inadequada para conclusões sobre outros tipos de câncer”, informa o comunicado da Iarc.

De acordo com o grupo, a exposição ao celular deve ser incluída como fator de risco 2B – na qual estão agentes “possivelmente” cancerígenos, como é o caso do chumbo e do clorofórmio, por exemplo. Alguns produtos químicos de limpeza e pesticidas também integram a categoria 2B. Esse patamar oferece risco inferior ao grupo 1, no qual as substâncias são certamente cancerígenas (caso do tabaco), e 2A, com “provável risco para humanos”.

“As evidências, embora ainda estejam sendo acumuladas, são fortes o suficiente para indicar a classificação como 2B. Essa conclusão significa que pode haver algum risco e, portanto, precisamos prestar atenção entre a relação do uso de celulares e o risco de câncer”, disse Jonathan Samet, da Universidade do Sul da Califórnia, que presidiu o grupo de estudo da OMS.

O grupo de trabalho da Iarc, de acordo com o comunicado, não quantificou o risco, mas ressaltou os resultados de um estudo de 204, que está entre as dezenas de pesquisas sobre uso de celulares analisadas pela OMS: o levantamento apontava crescimento de 40% no risco de tumores cerebrais (gliomas) em usuários frequentes de celular – cerca de 30 minutos por dia, ao longo de dez anos.

Christopher Wild, da Iarc, disse ser “importante que mais pesquisas sejam conduzidas para saber das consequências do uso no longo prazo”. Enquanto isso, a recomendação é para que as pessoas evitem a exposição direta à radiação, usando mensagens de texto ou o sistema viva-voz, de modo que o aparelho fique longe do cérebro.

Em comunicado, a associação dos fabricantes de celular disse apenas que “a classificação da Iarc não afirma que celulares causem câncer”. Todos os órgãos reguladores dos Estados Unidos seguem na mesma linha, assim como entidades como a Sociedade Americana de Câncer e o Instituto Nacional do Câncer. Os aparelhos, segundo especialistas, produzem ondas de radiação não ionizada que são muito fracas para causar danos no DNA que gerem tumores malignos.

Cerca de 5 bilhões de pessoas usam celulares no mundo – são 212, 6 milhões deles no Brasil, segundo dados de abril da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Os aparelhos são difundidos até mesmo nas regiões mais pobres da África e da Ásia. Uma das dificuldades dos pesquisadores é conseguir um grupo de controle de não usuários para comparar com os de uso frequente, como ocorre em outros produtos.

No ano passado, uma pesquisa da própria OMS disse não ter havido “aumento nos casos de glioma ou meningioma” entre os usuários de celular.

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