Em 2017 senti um sinal estranho.
Conversando com seminaristas, tanto diocesanos quanto religiosos, além de alguns jovens de orientação pentecostais católicas apresentavam uma rejeição ao Papa Francisco. Percebia isso no diálogo com algumas lideranças cristãs e em razão de visitas que sempre fiz à Dioceses pelo estado de São Paulo.
Seminaristas recém introduzidos no sistema de formação, que gostavam de vestimentas que trazem o clesma (aquela aste branca que enfeita a gola da batina ou camisa, que fica na altura do pescoço, ornando a vestimenta do religioso), já no início da formação, me parecem ser jovens com alta inclinação para obter a "autoridade" de ser religioso.
Papa Francisco costuma oferecer respostas a seus detratores que os deixam desconcertados. Acima esta um bom exemplo... quando questionado sobre o que motivava o ódio de alguns setores da Igreja contra seu pontificado, não aproveitou a oportunidade para espreme-los. Preferiu uma reflexão sobre o mal e o bem.
Eu, com minha experiência em reconhecer um conservador, raramente perco a oportunidade de perguntar o motivo que leva um moço a usar o clesma. A resposta é padrão. Ser reconhecido como sendo religioso.
Pra mim, as aparências enganam! Na verdade, querem mesmo é ser "autoridades" religiosas. Só não estendem a mão para que eu as beije por uma questão de falta de coragem... mas não é por falta de intenção.
No começo deste ano, visitei um bispo, na capital paulista. Conversa vai, conversa vem, ele - o Bispo - me trás uma informação avassaladora... em sua Diocese, metade dos padres, principalmente os mais jovens, não gostam de Papa Francisco!
Mas esse é um tema proibido! Não se fala, não se expõe, não se discute!
Papa Francisco é um Papa que desperta paixões... e como sabemos, algumas paixões jamais podem ser reveladas! Principalmente aquelas que são odiosas!
O clericalismo católico em nada se diferencia da disputa política partidária renhida! É a mesma coisa, com a diferença das "bençãos"! Não é diferente, diga-se de passagem, dos pastores... mas esse é outro departamento!
O fato concreto é que no seio da Igreja, existe um profundo e temerário incômodo com a postura de Papa Francisco diante de temas como homossexualidade, (o que é em boa parte, uma contradição), e principalmente divórcio.
O conceito da moral e dos bons costumes, onde a homossexualidade é vista como sendo uma aberração e o divórcio como sendo passaporte para o inferno, trás uma profunda contradição com o discurso conservador destes padres, seminaristas e lideranças de grupos pentecostais e elites católicas hipócritas e a pratica libertadora e acolhedora de Papa Francisco.
A pratica de Papa Francisco trás um ar de alívio e acolhimento para o cidadão comum, - que mesmo não tendo orientação cristã ou sendo uma pessoa que professa a fé cristã, mas que é estigmatizado dentro do conceito de pureza destas oligarquias religiosas, - que busca em Deus o conforto e a reconciliação em sua fé ou perspectiva de vida.
Mas o problema não esta em um simples clesma, ou na orientação amalucada de meia dúzia de conservadores católicos. Mas naquilo que move estas pessoas. Para termos uma noção, Papa Franscisco é um empecilho para, por exemplo, gente que apoia Donald Trump em sua fúria contra os migrantes.
O que é interessante notar são as armas. Enquanto os poderosos utilizam-se de todas as tecnologias bélicas e armamentistas para defender suas posições, Papa Francisco utiliza-se da ação avassaladora do Espírito Santo para, através de sua pratica caridosa e de firme propósito da pratica religiosa que comove, combater o mal.
E é isso o que incomoda tanto essa gente. É impossível combater Francisco, sem se utilizar de mentiras, de preconceitos contra pobres e de fobias em geral. Quem se incomoda com as atitudes de Papa Francisco são os que querem manter status e poder. Simples assim.
Bispos de diversas Dioceses dizem, quando questionados sobre estas situações, que não tem como obrigar um leigo, seminarista ou padre a gostar de Papa Francisco... quando ouço isso, fico agoniado... a resposta é quase simples! Bastaria dizer que ninguém precisa gostar, mas que todos são obrigados a imitar os passos de Francisco, pois este, imita os passos de Jesus Cristo.
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